[ESTENDER + 500] Vale a pena ser um médico virtual? Veja como se tornar um

Tornar-se um médico virtual é uma opção cada vez mais atraente para os profissionais da saúde em todo o mundo. Com o avanço da tecnologia e a crescente demanda por atendimentos remotos, a telemedicina se transformou em uma área promissora, principalmente em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Considerando essa perspectiva, vamos aprofundar nossa análise sobre a origem e o contexto da telemedicina. Em seguida, destacaremos as vantagens inerentes à prática médica remota e delinearemos os requisitos necessários para ingressar nesse ramo, promovendo uma abordagem ética e centrada no paciente.

Boa leitura!

O que é e como surgiu a telemedicina no Brasil?

O Código de Ética Médica e o Conselho Federal de Medicina (CFM) têm abordado a questão da telemedicina nas últimas décadas. Esse tema ganhou mais relevância nos últimos anos devido às necessidades apresentadas pela pandemia de COVID-19. Antes da pandemia, o Código de Ética Médica tinha restrições quanto à prestação de serviços médicos de forma remota. 

O artigo 37, por exemplo, proibia a prescrição de tratamentos sem um exame direto do paciente, exceto em casos de urgência, emergência ou quando não era possível realizar o exame presencialmente. Isso refletia a preocupação ética com a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.

Resolução CFM 1.643/2002

Essa resolução normatizava a telemedicina no Brasil, estabelecendo diretrizes para sua prática. No entanto, suas disposições eram geralmente restritivas em relação aos métodos de atendimento virtuais, seguindo a mesma linha ética do Código de Ética Médica.

Resolução CFM 2.227/2018

Em 2018, houve uma tentativa de ampliar as opções de atividades oferecidas por meio de tecnologia com a Resolução 2.227 do CFM. No entanto, ela foi revogada duas semanas depois de sua publicação.

Alterações devido à COVID-19

Com a chegada da pandemia, houve uma mudança de perspectiva em relação à telemedicina. A Lei 13.989/2020, sancionada em abril de 2020, permitiu o uso de tecnologias para consultas médicas sem a necessidade de encontros presenciais, em caráter emergencial. Isso representou uma flexibilização das normas anteriores e uma resposta às novas demandas de saúde pública.

Ofício CFM 1756/2020

Emitido pelo CFM em conjunto com a Lei 13.989, esse ofício especificava as principais alterações na prestação de serviços de saúde a distância. Ele estabeleceu que a telemedicina pode ser exercida em diferentes formatos, como teleorientação, telemonitoramento e teleinterconsulta, fornecendo diretrizes claras para os médicos virtuais.

Lei nº 14.510/2022

A Lei nº 14.510/2022 revogou a anterior — Lei 13.989/2020 — e se tornou a norma vigente que autoriza e estabelece regras para a prática da telessaúde em todo o Brasil, definindo-a como a prestação de serviços de saúde a distância por meio de tecnologias de comunicação. 

Essa lei impõe princípios como a autonomia do profissional e o consentimento informado do paciente. O objetivo é ampliar o acesso à saúde utilizando a tecnologia para conectar profissionais e pacientes, especialmente em áreas remotas.

Quais profissionais podem praticar o teleatendimento?

Engana-se quem acha que apenas médicos podem praticar o teleatendimento. Na verdade, diversos profissionais da área da saúde podem utilizar essa modalidade para prestar serviços aos pacientes. 

Além dos médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e outros profissionais podem realizar consultas e terapias a distância, desde que estejam devidamente capacitados e em conformidade com as regulamentações de suas respectivas áreas. 

Para se tornar um profissional de saúde apto a praticar o teleatendimento, é importante investir em formação e capacitação específicas para essa modalidade. Existem cursos e treinamentos disponíveis que abordam aspectos técnicos, éticos e legais, preparando os profissionais para oferecer um serviço de qualidade e em conformidade com as diretrizes estabelecidas.

Por que vale a pena ser um médico virtual?

Até aqui, você sabe o que é e como surgiu a profissão de médico virtual no país. Mas por que investir em telemedicina hoje? Confira as principais motivações:

  • redução de custos operacionais: a prática da telemedicina elimina despesas relacionadas a espaços físicos e equipamentos, possibilitando a oferta de consultas mais econômicas para médicos e pacientes;
  • acessibilidade: médicos virtuais podem alcançar pacientes em áreas remotas ou com dificuldade de locomoção, ampliando o acesso aos cuidados de saúde;
  • flexibilidade: com horários mais flexíveis e a capacidade de trabalhar remotamente, os médicos virtuais desfrutam de um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
  • acesso a outros mercados: a medicina digital, principalmente aquela praticada por meio de plataformas virtuais, transcende fronteiras geográficas, permitindo que os profissionais atendam pacientes em diferentes regiões ou, até mesmo, em outros países;
  • uso de tecnologia avançada: médicos virtuais têm acesso a ferramentas e plataformas tecnológicas sofisticadas, que podem melhorar a precisão dos diagnósticos e tratamentos clínicos.

O que é necessário para ser um médico virtual?

Antes de tudo, o médico virtual deve se graduar em medicina — uma formação que, geralmente, demanda 6 anos de estudo. Depois, o profissional pode realizar residência médica para adquirir experiência e se especializar em uma área de atuação.

Além da formação básica em saúde, o médico virtual precisa:

  • compreender as regulamentações locais e nacionais sobre telemedicina;
  • manter padrões elevados de ética e qualidade nos atendimentos remotos;
  • garantir a segurança e a privacidade dos dados do paciente;
  • obter consentimento informado e oferecer um atendimento humanizado, mesmo a distância;
  • investir em treinamento contínuo e atualização tecnológica;
  • garantir a competência e a eficácia na prática da medicina virtual.

Quais ferramentas usar para o teleatendimento?

Para realizar o teleatendimento de maneira eficaz, sem problemas de comunicação, é importante que o profissional de saúde conte com os equipamentos corretos. Neste tópico, apresentamos as ferramentas mais comuns utilizadas nesse tipo de atendimento. Confira!

Plataforma de videoconferência

As plataformas de videoconferência ganharam muita popularidade durante o período de isolamento social da pandemia de COVID-19 e passaram a ser usadas para os mais diferentes fins. Há no mercado uma série de ferramentas gratuitas e pagas, algumas direcionadas para setores específicos, como a saúde, que se integram a sistemas de gestão, permitindo o agendamento de consultas e o compartilhamento de documentos.

Câmera de alta qualidade

Uma câmera de boa resolução é fundamental para garantir uma alta qualidade de imagem durante o teleatendimento. Ela facilita a comunicação visual entre o profissional e o paciente, contribuindo para uma experiência mais satisfatória e facilitando a visualização de algum trauma ou machucado.

Conexão estável com a internet

Fazer uma videochamada com internet instável torna a comunicação muito truncada, com travamentos de imagem e som. Certifique-se de contar com uma conexão de alta velocidade e confiável, para garantir uma experiência sem problemas.

Computador ou dispositivo móvel

Contar com um computador ou dispositivo móvel é fundamental para que você tenha acesso à plataforma em que o atendimento será realizado. Além de ser compatível com a plataforma escolhida, o dispositivo deverá apresentar um bom desempenho durante as sessões para não travar as chamadas.

Em um mundo cada vez mais conectado, ser um médico virtual oferece inúmeras vantagens tanto para profissionais quanto para pacientes. Com acesso facilitado aos cuidados de saúde, redução de custos operacionais e maior flexibilidade, a telemedicina está transformando a maneira como a medicina é praticada no Brasil e no exterior.

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